Uma página de rede social exibe uma imagem com o tema da redação “Desafios para o enfrentamento da invisibilidade do trabalho de cuidado realizado pela mulher no Brasil”. Imagem da página da redação da prova do Enem 2023 que circula nas redes sociais
Reprodução
O Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) acionou a Polícia Federal na tarde deste domingo (5) para investigar a divulgação da imagem de uma prova do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) de 2023 nas redes sociais.
A foto que tem circulado na internet mostra a página onde consta o tema da redação do Enem 2023 “Desafios para o enfrentamento da invisibilidade do trabalho de cuidado realizado pela mulher no Brasil” e os textos de apoio.
Pelas postagens, não é possível identificar se a imagem foi capturada antes ou ou depois do começo da aplicação das provas, que tiveram início às 13h30 no horário de Brasília.
No entanto, a imagem foi divulgada durante a execução da prova. Pelas regras do Enem, os participantes não podem utilizar smartphones ou quaisquer outros equipamentos eletrônicos durante o exame.
Segundo a assessoria de comunicação do Inep, sempre que o instituto toma conhecimento de possíveis vazamentos ou outras violações das provas, a PF é acionada para investigar as suspeitas.
A redação do Enem
A redação do Enem 2023 faz parte do primeiro dia de prova do exame. Na avaliação de professores ouvidos pelo g1, o tema é a “cara” do Enem por tratar de um problema social relevante e exigir uma boa proposta de intervenção.
“O aluno precisa ir atrás da relação de causas e consequências, principalmente porque o tema fala de desafios. É preciso pensar, então, nas causas que levam à invisibilidade desse trabalho”, afirma Daniella Toffoli, coordenadora de linguagens do Curso Anglo.
A professora do Anglo ainda comenta que:
“a mulher que cuida dos filhos e dos pais não é valorizada”;
“a sobrecarga com o trabalho fora e em casa, no geral, não é reconhecida pela sociedade”;
“a dupla jornada e as cobranças sociais são naturalizadas, ou seja, são vistas como normais”.
Fonte: G1