Prova foi aplicada neste domingo em todo o país. Mais de 4,3 milhões estavam inscritos. Primeira prova do Enem 2024 foi aplicado neste domingo (3).
Lívia Ferreira/ g1 Piauí
O primeiro dia de provas do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) 2024 teve nível de dificuldade médio, dentro do esperado. Apesar disso, surpreendeu ao apresentar temas atuais, dando uma cara mais “moderna” ao exame, segundo educadores ouvidos pelo g1.
A prova aplicada neste domingo (3) era composta por 90 questões de linguagens e ciências humanas, contando também com línguas estrangeiras e uma redação dissertativa-argumentativa.
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Para Luiz Otávio Ciurcio Neto, coordenador do Poliedro Curso São Paulo, as questões estavam ‘dentro do esperado’.
Foi uma prova extensa, em que a leitura era a principal ferramenta, como já é característico do 1º dia. Havia textos muito interessantes, abordando diferentes temas e gêneros. As discussões eram bastante atuais, tratando de temas que precisam ser discutidos cada vez mais, como questões raciais, sociais, desafios ambientais e temas relacionados às mulheres, como exemplo um texto sobre higiene menstrual.
Diogo D’ipolito, coordenador do Colégio e Sistema pH, avalia que a prova do primeiro dia de Enem 2024 foi de média complexidade, e que manteve o padrão característico, tanto no formato quanto no conteúdo cobrado.
Os temas que contextualizaram as questões do exame foram o grande destaque, segundo os professores. Para Vera Lúcia da Costa Antunes, coordenadora Pedagógica do Objetivo, o exame se apresentou como algo moderno e bem atendado com questões sociais de mulheres, indígenas e negros.
Abaixo, confira a análise de professores sobre cada disciplina cobrada na prova deste domingo. As questões de educação física apareceram de maneira muito interdisciplinar, segundo professores. Por isso, não são comentadas abaixo.
Língua estrangeira – Inglês
Marcio Pantoja, professor de Inglês do Colégio Oficina do Estudante, avalia que a as questões de inglês tiveram dificuldade mediana, e não fugiram do padrão dos anos anteriores.
Mariana Billia, professora e coordenaora de inglês do Grupo Etapa, diz que as questões da disciplina foram variadas, com textos mistos. Ela analisa que as questões foram claras, com alternativas diretas, que devem ter sido de fácil resolução para os candidatos que leram com atenção.
Língua estrangeira – Espanhol
“A prova de Espanhol exigiu um conhecimento básico dos candidatos, apresentando um nível de dificuldade considerado tranquilo. Não era necessário dominar profundamente a língua espanhola, pois era possível resolver as questões por meio de assimilação”, analisa Luiz Otávio Ciurcio Neto, coordenador do Poliedro Curso São Paulo.
Português
Wander Azanha, diretor do Curso Pré-Vestibular Oficina do Estudante, definiu que a prova de língua portuguesa da prova teve o mesmo nível de dificuldade de anos anteriores. Ele destacou a presença de autores tradicionais, variações lingísticas e referências à produções afro-brasileiras.
Artes
As questões de arte apareceram na prova de maneira interdisciplinar, ou seja, associada a outras disciplinas.
“Tivemos música, artes plásticas, arte contemporânea, arte contemporânea em confronto com a tradição, com a arte produzida ao longo da história, texto de campanha publicitária, e linguagens verbais associadas a não verbais para mudar comportamentos e hábitos”, enumera João Filho, da Plataforma Professor Ferretto.
História
Rodrigo Magalhães avalia que a prova de história seguiu o do padrão do Enem. “Grande necessidade de interpretação, mas uma prova cansativa, com textos bem longos. Apenas três questões com imagens na prova de ciências humanas, um predomínio bastante grande de textos”, diz.
Já Renato Alves, que leciona a disciplin no Colégio Oficina do Estudante, avaliou que as questões de história se destacaram por sua pluralidade, por exigir conhecimentos diversos dos candidatos.
Geografia
Paulo Inácio, coordenador de geogradia do Grupo Etapa, diz que as questões da disciplina continham “muitos textos e muitos conceitos”, o que poderia cansar os candidatos. No entanto, aqueles que conseguiram ultrapassar essa barreira encontrariam as respostas sem grandes dificuldades.
“De modo geral, as questões de geograia mantiveram um nível de dificuldade médio. Algumas um pouco mais difíceis, por serem mais conceituais, outras um pouco mais simples, por serem objetivas. Mas, de um modo geral, exigia atenção”, explicou Luis Felipe Valle, professor do Colégio Oficina do Estudante.
Sociologia
Boa parte das questões de sociologia da prova deste ano também poderiam ser entendidas como questões de história, segunfo professores.
“As questões que falam sobre, principalmente, diferenças étnico-raciais, que levam também às desigualdades sociais, então é um modelo muito correto, na minha opinião, sobre esse tipo de questão. Ele pega tanto história quanto sociologia, porque está trabalhando na Constituição de 88, mas fala de história dos remanescentes dos quilombos, então aí você já pode também ter a questão dos vidas negras importam, que aconteceu no começo da pandemia, nos Estados Unidos”, explica Pedro Rennó, da Plataforma Professor Ferretto.
Filosofia
As questões de filosofia que compuseram a prova de ciências humanas chamaram atenção dos professores por sua complexidade.
“As questões estavam um nível acima. Precisavam que o aluno tivesse um certo conhecimento sobre teorias, filósofos. [Eram] questões bem feitas — tirando a dificuldade — que envolvem ética e epistemologia”, avaliou Rafael Lancelloti, professor do Cursinho da Poli.
Mário Marcondes, da Plataforma Ferretto, também considera que o nível de dificuldade das questões de filosofia foi alto, destoando da maior parte do exame.
Fonte: G1 Read More