Método de correção chamado Teoria de Resposta ao Item avalia a coerência no desempenho. Candidato terá menos pontos se acertar as questões muito difíceis, mas errar as mais fáceis. “Chutar” as respostas no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) pode não ser uma boa estratégia para tentar garantir uma nota alta: há o risco de o desempenho final do candidato ser prejudicado.
Mas por quê? É que a nota final não é simplesmente a soma do número absoluto de acertos. O método de correção usado na prova, chamado de Teoria de Resposta ao Item (TRI), prioriza o desempenho que for coerente.
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Dois alunos que acertarem exatamente o mesmo número de perguntas podem tirar notas diferentes. O raciocínio por trás disso é que, se alguém acerta as questões mais difíceis, mas erra aquelas consideradas fáceis, provavelmente “chutou” as respostas. Por isso, terá uma nota inferior à de um estudante que acertou as fáceis, mas errou as mais complexas (veja ilustração abaixo).
Dois participantes acertaram 5 respostas. Veja só como aquele que errou justamente as mais fáceis tirou uma nota menor do que o outro, que errou as difíceis.
Reprodução/Inep
🤔 Para que existe a TRI?
A TRI apresenta as seguintes vantagens em relação ao método clássico de correção:
ao detectar os famosos “chutes”, ela premia o aluno que, de fato, se preparou para a prova;
possibilita a comparação entre candidatos que tenham feito diferentes edições do exame;
torna mais improvável que dois concorrentes tirem exatamente a mesma nota, já que o resultado final é divulgado com duas casas decimais (816,48 pontos, por exemplo).
✅ Qual estratégia usar para se dar bem na TRI?
Gastar energia, logo de cara, com aquela pergunta muito longa e complexa pode cansar o aluno e fazer com que ele erre, depois, uma questão considerada simples. No contexto de TRI, a nota será prejudicada.
Dicas de resolução:
Na 1ª leitura: resolver todas as questões que considerar fáceis.
Na 2ª leitura: responder às perguntas em que tiver ficado entre duas alternativas, consideradas médias.
Na 3ª leitura: fazer as questões mais longas ou sobre assuntos não tão comuns no Enem, consideradas difíceis.
👉🏽Fazer a prova nessa ordem pode ajudar a aumentar a nota em relação ao sistema TRI. Neste caso, se o aluno deixar para responder por último as questões que achar difíceis, e se precisar chutar, a nota não vai ser tão comprometida caso ele erre a resposta.
“Questão fácil é aquela em que o estudante faz a leitura do texto e já sabe a resposta, ou, se é uma questão de exatas, quando ele sabe fazer os cálculos para obter a resposta certa. Já média, é quando o aluno identifica o assunto, começa o exercício e depois esquece informação ou não sabe terminar o cálculo. Já difícil, é quando o aluno não sabe nem começar ou é de algum tema que ele tem mais dificuldade”, explica Rodrigo Machado, coordenador do Curso Anglo.
📈 Por que a nota da prova não vai de 0 a 1.000?
No Enem 2023, a nota máxima na prova de Linguagens, por exemplo, foi 820,8 e a mínima, 287,0.
Ou seja: quem acertou todas não tirou 1.000, e quem errou 100% das perguntas não ficou com zero. Por quê?
Segundo o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), que organiza e aplica o Enem, o que determina os “extremos” da nota é o grau de dificuldade das perguntas daquela edição.
“Quando a prova for composta por muitos itens fáceis, o máximo tenderá a ser mais baixo, e quando for formada por itens difíceis, o mínimo tenderá a ser mais alto”, diz o órgão, em documento de orientação aos participantes.
🚨 Mas, atenção: deixar uma questão em branco nunca é a melhor opção. O ideal é se preparar para o exame, para que, mesmo sem saber responder tudo, o a candidato apresente um desempenho “coerente”.
No vídeo abaixo, veja seis técnicas que podem ajudar a turbinar seus estudos:
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10 coisas que você não pode esquecer nos dias de Enem
VÍDEOS DE EDUCAÇÃO
Fonte: G1 Read More