Texto não pode defender ideias que contrariam os direitos humanos para obter os 200 pontos da competência 5. Enem 2024 será aplicado nos dias 3 e 10 de novembro. Folha de rascunho da Redação do Enem.
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Um dos elementos obrigatórios da redação do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) é a apresentação de uma proposta de intervenção que respeite os direitos humanos. Esse elemento tem uma competência exclusiva para sua avaliação e vale 200 pontos.
Mas como os direitos humanos entram nessa história?
“Direitos humanos são aqueles prescritos na própria Declaração Universal e na nossa Constituição de modo geral. Eles são classificados em direitos individuais, direitos sociais — que têm muito a ver com o Enem — e direito ao meio ambiente”, explica Felipe Leal, professor de redação do Curso Anglo.
Segundo o professor, para obter uma boa pontuação na competência 5, que avalia o elemento, o candidato não pode defender direitos para um grupo social às custas do direito de outro grupo. Ou seja, a proposta precisa defender a manutenção ou ampliação dos direitos, e não a redução.
📆 O Enem 2024 será aplicado nos dias 3 e 10 de novembro. A redação será aplicada no primeiro dia de provas. O texto deve ser uma dissertação argumentativa com proposta de intervenção.
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Pode parecer confuso, mas nesta reportagem, você saberá o que é e o que deve conter uma proposta de intervenção, e por que é preciso defender os direitos humanos no texto.
O que é uma proposta de intervenção
Todo ano, o Inep, responsável pela realização do Enem, divulga um documento chamado “Redação do Enem – Cartilha do Participante”. De acordo com esse documento, “propor uma intervenção para o problema apresentado pelo tema significa sugerir uma iniciativa que busque enfrentá-lo.”
Mateus Leme, professor de redação da Oficina do Estudante, diz que a ideia é que o candidato indique uma iniciativa que interfira no problema discutido ao longo de seu texto.
Competências da redação
Ao todo, a redação vale 1000 pontos. Estes pontos podem ser alcançados pelo candidato que cumpre adequadamente com as 5 competências obrigatórias. São elas:
Demonstrar domínio da modalidade escrita formal da língua portuguesa.
Compreender a proposta de redação e aplicar conceitos das várias áreas de conhecimento para desenvolver o tema, dentro dos limites estruturais do texto dissertativo-argumentativo em prosa.
Selecionar, relacionar, organizar e interpretar informações, fatos, opiniões e argumentos em defesa de um ponto de vista.
Demonstrar conhecimento dos mecanismos linguísticos necessários para a construção da argumentação.
Elaborar proposta de intervenção para o problema abordado, respeitando os direitos humanos.
Essas competências têm seus próprios elementos obrigatórios e valem 200 pontos cada. O candidato que respeitar todos estes elementos alcança a tão sonhada nota 1000.
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O que uma proposta de intervenção deve ter
Ainda segundo a cartilha do participante, uma proposta de intervenção deve responder às seguintes perguntas:
O que é possível apresentar como solução para o problema?
Quem deve executá-la?
Como viabilizar essa solução?
Qual efeito ela pode alcançar?
Que outra informação pode ser acrescentada para detalhar a proposta?
Mateus Leme explica com outras palavras:
É preciso indicar o agente, a ação, o modo-meio, o efeito e o detalhamento. Para isso, o aluno deve refletir sobre quem tem responsabilidade ou capacidade para agir sobre o problema, bem como a maneira com que isso pode ser feito, de uma maneira realista. Não adianta colocar que é dever do governo federal, por exemplo, se houver uma entidade que atue diretamente no cenário do problema.
O que são direitos humanos e como não desrespeitá-los
Além de precisar conter os cinco elementos obrigatórios, também é preciso respeitar os direitos humanos na redação para conseguir os 200 pontos da competência 5.
Por isso, segundo a cartilha do participante, o candidato não pode propor no texto:
defesa de tortura, mutilação, execução sumária e qualquer forma de “justiça com as próprias mãos”;
incitação a qualquer tipo de violência motivada por questões de raça, etnia, gênero, credo, opinião política, condição física, origem geográfica ou socioeconômica;
explicitação de qualquer forma de discurso de ódio (voltado contra grupos sociais específicos).
No sentido contrário, o documento considera alguns princípios norteadores dos direitos humanos. São eles:
dignidade humana;
igualdade de direitos;
reconhecimento e valorização das diferenças e diversidades;
laicidade do Estado;
democracia na educação;
transversalidade, vivência e globalidade;
sustentabilidade socioambiental.
É preciso ‘lacrar’ para pontuar?
Os professores ouvidos pelo g1 avaliam que a redação do Enem não tem como objetivo ser “lacradora”.
“O Enem não entra nessa polêmica, ele não se aproxima de questões de ideologia. Essa é uma prova muito legalista, então fica próxima daquilo que já está na legislação brasileira”, diz Mateus Leme.
Felipe Leal concorda, e acrescenta que ideias como o combate à desigualdade e o respeito à dignidade são previstos em Constituição.
Portanto, não adianta usar o livro constitucional como repertório cultural e contradizer o que ele defende na proposta de intervenção.
VÍDEOS DE EDUCAÇÃO
Fonte: G1 Read More