Questão aborda o uso reiterado da palavra “coisa” em uma crônica com referências intertextuais a músicas de Caetano Veloso. Segundo professor, duas respostas são aceitáveis por causa da repetição da palavra. Redação do Enem é aplicada no primeiro dia de provas
Agência Brasil
Uma questão da prova de Linguagens do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) 2024, que começou neste domingo (3), gerou debates entre professores porque, segundo eles, ela pode apresentar duas respostas aceitáveis.
O texto da questão 33 da prova VERDE 🟢 (20 da AZUL🔵, 8 da BRANCA⚪ e 45 da AMARELA🟡) aborda o uso reiterado da palavra “coisa” em uma crônica com referências intertextuais a músicas de Caetano Veloso e, segundo professores, duas respostas são aceitáveis por causa da repetição dessa palavra. Veja abaixo:
Questão 33 da prova VERDE.
Reprodução
Na crônica, a escritora Tati Bernardi menciona seu nervosismo ao notar o uso repetido da palavra, empregando-a 11 vezes e incluindo cognatos (palavras que têm etimologicamente uma origem comum), como “coisar” e “coisinha”.
Segundo o professor do Anglo Eduardo Calbucci, esse uso reiterado contribui para a progressão textual e a unidade temática do texto, dando à palavra uma função poética e destacando seu papel como um “termo coringa”.
E isso poderia fundamentar a alternativa C, que foca na repetição da palavra e seu impacto na estrutura do texto (“reiteração, marcada pela repetição de um determinada palavra e de seus cognatos”).
Contudo, Bernardi também faz referências diretas a quatro canções de Caetano Veloso: “Qualquer Coisa”, “Sampa”, “Lindeza” e “Samba de Verão”. Como essas músicas contêm a palavra “coisa”, seu uso na crônica estabelece uma intertextualidade relevante para o desenvolvimento e a coesão temática, justificando também a alternativa A (intertextualidade, marcada pela citação de versos de letras de canções”).
Por isso, o professor sugere que, devido à redação ambígua das alternativas, ambas as respostas (A e C) são possíveis.
“O gabarito oficial provavelmente apontará a alternativa A (intertextualidade), mas, dada a estrutura da questão, a opção C também seria aceitável. Isso abre margem para o Inep considerar a anulação da questão ou aceitar um duplo gabarito”, diz Calbucci.
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O professor Eduardo Calbucci.
Reprodução
🤔 O que levar no Enem
RG ou outro documento oficial com foto (documentos digitais também são válidos);
Caneta esferográfica transparente com tinta na cor preta (leve pelo menos duas para o caso de uma falhar);
Cartão de confirmação de inscrição;
Lanche (ideal é levar alimentos que deem energia, como chocolates, castanhas e barras de cereal) e água em garrafa transparente (a embalagem não deve ter rótulo). O lanche poderá ser vistoriado pelo fiscal de sala.
Dica: Como são cinco horas e meia de exame, é recomendado que o candidato vá com uma roupa confortável e calçados que não apertem.
Enem 2024: o que pode e o que não pode levar para a prova?
Exemplos de documentos digitais de identificação que serão aceitos pelo Inep:
e-Título,
Carteira Nacional de Habilitação (CNH) Digital; e
RG Digital.
Atenção: O candidato deve apresentar o aplicativo oficial ao fiscal — capturas de tela não serão válidas. Após a entrada na sala de aula, o uso do celular continuará vetado.
⚠️ O que não pode no Enem
Telefones celulares, calculadoras ou qualquer equipamento eletrônico devem ser desligados e guardados no envelope porta-objetos antes de entrar na sala de provas. Caso algum som seja emitido dos aparelhos durante a prova, o candidato será eliminado;
Qualquer dispositivo que receba imagens, vídeos ou mensagens;
Óculos escuros, bonés, chapéus, viseiras ou gorros;
Bebidas alcoólicas, cigarro e/ou drogas ilícitas.
Atenção: O envelope porta-objetos, lacrado e identificado, deve ser mantido debaixo da carteira desde o ingresso na sala de provas até a saída definitiva do local de provas.
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A partir das 13h (horário de Brasília), é permitido ir ao banheiro, mas desde que acompanhado pelo fiscal.
O candidato só poderá sair com o Caderno de Questões nos últimos 30 minutos que antecedem o término da prova.
🙁Correção: vale a pena chutar?
As questões são corrigidas usando um modelo matemático chamado de Teoria de Resposta ao Item (TRI). A prova é preparada com perguntas pré-classificadas como fáceis, médias e difíceis. O esperado é que o candidato tenha um desempenho melhor nas mais simples. A TRI faz uma análise estatística, “antichute”, para calcular uma nota final que indique se houve coerência nas respostas.
Definindo de forma simplificada, esse é um método que busca priorizar a coerência no desempenho dos candidatos. A nota não é simplesmente a soma do número absoluto de acertos.
Se alguém acerta as questões mais difíceis, mas erra aquelas consideradas fáceis, provavelmente “chutou” as respostas. Por isso, terá uma nota inferior à de um estudante que acertou as fáceis, mas errou as mais complexas (veja ilustração abaixo).
Dois participantes acertaram 5 respostas. Veja só como aquele que errou justamente as mais fáceis tirou uma nota menor do que o outro, que errou as difíceis
Reprodução/Inep
🤔Por qual parte começar: questões ou redação?
Além do conteúdo, um bom desempenho na prova também depende de organização por parte do candidato a fim de administrar bem o tempo para a resolução das questões e a redação. Veja dicas abaixo:
Começar pelas questões mais fáceis.
Assinalar as perguntas que forem “puladas”.
Intercalar a redação e as perguntas.
Reservar, no máximo, 1 hora e meia para a redação.
Dividir o tempo por etapas (redação, ciências humanas e linguagens), e não por perguntas.
Confira aqui o detalhamento de cada uma delas.
Seis técnicas que podem turbinar seus estudos
Fonte: G1 Read More