Comunicação é adotada a fim de incluir membros da comunidade LGBTQIA+ que não se identificam como homem ou mulher. Nesta segunda (20), Moraes suspendeu leis que proíbem uso e ensino de linguagem neutra em cidades de MG e GO. Saiba o que é a linguagem neutra e como ela é usada para incluir pessoas LGBTQIA+.
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Linguagem neutra é o nome dado à comunicação oral ou escrita que aplica um gênero neutro em vez do feminino ou masculino. Oralmente, isso é feito, geralmente, substituindo os artigos masculino e feminino por um artigo neutro, que pode ser “e” ou “u”, a depender da palavra.
Dessa forma, ele ou ela pode virar “elu”, amigo ou amiga pode virar “amigue”, todos ou todas pode ser “todes”, e assim por diante.
➡️ Contexto… O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), suspendeu, nesta segunda-feira (20), duas leis municipais dos municípios de Ibirité (MG) e de Águas Lindas (GO) que proíbem o uso e o ensino da linguagem neutra na administração pública e nas escolas públicas e privadas.
📚 Na decisão, Moraes afirmou que a competência para legislar sobre normas gerais sobre educação e ensino é da União e lembrou que já há uma lei sobre o tema – a Lei de Diretrizes e Bases da educação (leia mais aqui).
Na forma escrita da linguagem neutra, também é comum o uso de outras letras ou de elementos gráficos para neutralizar palavras femininas ou masculinas, como “todxs”, “amig@”, por exemplo.
Migues, vamos entender o que é gênero neutro
Esse tipo de comunicação é adotado a fim de incluir membros da comunidade LGBTQIA+, como pessoas trans, não-binárias ou intersexo, que não se identificam como homem ou mulher, para que se sintam representados na sociedade.
Muito popular na internet e entre a população LGBTQIA+, o gênero neutro ainda não tem um modelo definido.
A linguagem neutra é correta ou oficial?
De acordo com a norma padrão da língua portuguesa, o papel de pronome neutro no plural é feito pelo artigo masculino. Por exemplo, se um grupo de pessoas é composto por homens e mulheres, mesmo que majoritariamente feminino, pode-se referir às pessoas do grupo como “eles” ou “todos”.
Por isso, vestibulares ou concursos públicos que exigem a usa da norma culta da língua não permitem o uso do gênero neutro.
Mas, apesar de não ser padrão ou oficial, não significa que a aplicação da linguagem neutra seja errada (a menos que expressamente especificada). Ou até que ela não vai ser oficializada em algum momento.
Em entrevista ao g1 em 2022, Jonathan Moura, que é professor de língua portuguesa, disse que não é impossível que a linguagem passe a integrar o idioma futuramente, mas alertou que isso depende da adesão pública.
Uma linguagem precisa ser praticada para se manter viva, ou, neste caso, viver. Só assim ela passa a fazer parte do cotidiano das pessoas.
Fonte: G1 Read More