Possível fraude foi identificada em recursos destinados a docentes do Instituto de Biologia. Valor movimentado não foi revelado, mas universidade classificou valor como ‘vultoso’. Vista aérea da Unicamp, em Campinas
Antoninho Perri/Ascom/Unicamp
A Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) apura um possível desvio de recursos da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp) destinados a 28 pesquisadores que atuam no Instituto de Biologia (IB). O valor desviado não foi revelado pela universidade, mas a quantia foi classificada como “vultosa”.
Uma servidora da Fundação de Desenvolvimento da Unicamp (Funcamp) foi demitida durante as investigações. A Funcamp é uma fundação de direito privado mantida com recursos próprios.
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➡️ Como o possível desvio foi descoberto? Em nota oficial enviada aos servidores, a diretoria do IB detalhou que, durante os meses de dezembro de 2023 e janeiro de 2024, foram identificadas “inconsistências” no trabalho de uma servidora, que era lotada na .
Segundo a diretoria do instituto, a funcionária da Funcamp possuía uma empresa de prestação de serviços desde 2018 e, por isso, foi demitida por justa causa em 18 de janeiro deste ano;
A servidora incluía notas fiscais da própria empresa e de duas outras, além de recibos forjados, nas prestações de contas dos docentes;
Além disso, a servidora fazia transferência de valores para a própria conta.
➡️ O que será feito? Ainda segundo a diretoria do IB, houve um pedido para abertura de um inquérito na Polícia Civil. Além disso, a Fapesp informou que “segua analisando as prestações de contas já realizadas por parte dos pesquisadores em questão” (leia, abaixo, o posicionamento na íntegra).
A Secretaria de Segurança Pública (SSP-SP) afirmou, também em nota, que o caso foi apresentado no 7º Distrito Policial de Campinas no dia 1º de fevereiro, mas foram solicitadas informações adicionais para “viabilizar o registro do crime e dar direcionamento às investigações”.
O que dizem a Fapesp e a Unicamp?
Em nota enviada ao g1 nesta sexta-feira (9), a Unicamp confirmou a apuração do caso e afirmou que, “tendo em vista que a apuração dos fatos está em curso, qualquer informação ou divulgação de detalhes à imprensa poderá ser prejudicial às investigações”.
Já a Fapesp declarou que, caso eventuais irregularidades nas prestações de contas sejam verificadas, cobrará dos pesquisadores a devolução dos recursos. Além disso, a fundação afirmou que vai acompanhar as providências legais que estão sendo tomadas.
👇 Leia a nota da Fapesp na íntegra:
“1) No ano passado, a auditoria da FAPESP detectou possíveis irregularidades num processo de prestação de contas de um pesquisador e, ao fazer pedidos de esclarecimentos, chamou atenção deste e dos outros pesquisadores para o que, posteriormente, foi identificado como um problema pela direção do IB-Unicamp. A FAPESP segue analisando as prestações de contas já realizadas por parte dos pesquisadores em questão.
2) As providências que incumbem à FAPESP consistem em apontar aos pesquisadores possíveis irregularidades nas prestações de contas. Caso eventuais irregularidades se comprovem e não sejam sanadas, a FAPESP cobrará dos pesquisadores a devolução dos recursos. Ao mesmo tempo, a FAPESP vai acompanhar as providências legais que os pesquisadores e a instituição de pesquisa à qual estão vinculados estão tomando, enquanto vítimas do apontado crime.
3) Todos os pesquisadores que recebem recursos da FAPESP devem prestar contas, segundo regras estritas constantes das normas da FAPESP. Cabe aos pesquisadores fazer a gestão financeira dos recursos que recebem e prestar contas à FAPESP sobre o uso dos recursos e sobre os resultados das pesquisas. Os pesquisadores, para executar os projetos de pesquisa, podem contar com apoio administrativo das instituições de pesquisa à qual estão vinculados, inclusive, como no caso, fundação de apoio da instituição de pesquisa. Se a instituição de pesquisa, ou sua fundação de apoio, por meio de seus servidores ou empregados, descumprem seus compromissos em relação ao combinado com os pesquisadores, naturalmente surge uma relação de responsabilidade dessas instituições para com o pesquisador”.
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Fonte: G1 Read More