Ha 117,8 mil estrangeiros que estudam no ensino superior da Argentina, ou 4,3% do total. De acordo com chefes de departamento da Universidade de Buenos Aires, essa cobrança não seria significativa do ponto de vista orçamentário. Congresso da Argentina terá sessão para avaliar megadecreto de Milei
Uma das medidas para economizar dinheiro que Javier Milei, o novo presidente da Argentina, propôs é a cobrança de uma taxa de alunos estrangeiros que estudam em universidades argentinas.
A cobrança será para os alunos estrangeiros que têm residência temporária na Argentina –ou seja, depois de formados, devem voltar aos seus países de origem.
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O presidente da Colômbia, Gustavo Petro, afirmou na rede social X (Twitter) que o governo vai repatriar 20 mil estudantes colombianos que estudavam gratuitamente na Argentina. “(Eles foram literalmente expulsos desse país (da Argentina), para eles não houve a chamada ‘liberdade’. Vamos trabalhar para que eles sigam com seus estudos na Colômbia sem grandes obstáculos e também gratuitamente”, disse o presidente colombiano.
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A citação a liberdade é uma indireta para Javier Milei, um ultraortodoxo que diz ser libertário.
Números de alunos estrangeiros na Argentina
De acordo com uma reportagem do “La Nación”, os números mais recentes de alunos estrangeiros são de 2021.
Total de alunos matriculados no ensino superior no país: 2,73 milhões.
Alunos estrangeiros: 117,8 mil, ou 4,3% do total.
A grande maioria (95,9%) é de latino-americanos.
Na Universidade de Buenos Aires, uma das mais importantes do país, a porcentagem de estrangeiros em cursos de graduação é de 9,5%, e nos cursos de pós são 16,5%.
O número de estrangeiros tem crescido no país. Segundo o “La Nación”, de 2015 para cá, a porcentagem duplicou.
Reação das universidades
A Universidade de Buenos Aires deve dar uma resposta formal ao projeto de lei de Milei, mas chefes de departamento já se pronunciaram.
Guillermo Durán, da Faculdade de Ciências Exatas, disse que a medida é inconstitucional porque uma decisão como essa deveria ser tomada pela universidade, e não pelo governo –na Argentina, a autonomia universitária é garantida pela Constituição.
Ele também afirma que a cobrança não faria tanta diferença do ponto de vista do orçamento.
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JUAN MABROMATA / AFP
Fonte: G1